16
Jul15
Falta alguma coisa....
Em pequena ia sempre de férias para o mesmo sítio.
A última quinzena de Agosto era passada no Algarve, com os pais, o irmão, os tios, o primo, e por vezes ainda mais primos.
A Rocha foi durante muitos anos como a nossa casa de férias.
E o cheiro, ah o cheiro é sempre o mesmo.
Mas, das últimas vezes que voltei lá, não senti a mesma coisa, como de resto todas as vezes que fui para o Algarve com amigos, parecia sempre faltar alguma coisa. Tentei, o moss fez-me a vontade e fomos dois anos para a Rocha, mas o certo é que apesar de sentir sempre o mesmo cheiro assim que me aproximo da Rocha e abro a janela e apesar de por instantes voltar ao passado, o certo é que falta alguma coisa.
Eu sei o que falta, sempre soube. Faltam os meus, a minha família.
Faltam as viagens pela Nacional, a paragem em Pombal para o arroz de tomate e os panados, faltam as minhas dores de barriga só para ocupar o lugar da frente, falta a casa do Sr. Bota e a pata da tia L., faltam os livros de banda desenhada do tio L., falta o tamagotchi, o Miramar, a Katedral, o frango da Guia com as fotos da praxe, falta o constante querer saber "ainda falta muito?mas quanto?", faltam os Gémeos, as caretas do primo, o Aquashow e as araras, as sardinhas em baixo da ponte com a roupa que tinha de ir para lavar, o ir num instante buscar gelados depois do jantar, a vontade de querer sair com o irmão e o primo, mas sendo a miúda tal nunca acontecia, faltam as tranças no cabelo, as caricaturas, até as bolas de berlim eram diferentes.
São boas memórias, e eu sei que não podemos voltar lá, mas também sei que sou uma privilegiada porque as tenho, como diz o meu pai "isso era no tempo das vacas gordas"!
Agora, resta-me visitar outros locais, para também aí criar novas memórias.