Um destes dias, não há muito tempo, uma amiga disse-me "onde está a Rita arisca, sem medos e sem papas na língua que eu conheci"?!
Na altura não respondi, não tinha vontade e nem sequer me dei ao trabalho de pensar nisso.
Hoje pensei nisso, porque de facto todos temos fases em que parecemos esquecer a nossa essência, aquilo que realmente somos. É um erro. Acho que todos nós, que andamos tão concentrados no fazer e no ter, não podemos descurar, nunca, o ser.
Hoje sei que a arisca, sem medos e sem papas na língua continua deste lado, porque é a minha essência.
De vez em quando, temos de saber parar e olhar para dentro, quem sabe voltar à criança que todos um dia fomos.
Experimentem, experimentem pensar como faziam quando eram pequenos e o mundo não parecia tão complicado.
É fácil.
Quando o fizerem, pensem nisto: hoje são o adulto que sonhavam ser quando eram pequenos?!
Se não são, talvez esteja na altura de perceberem porquê e quem sabe mudar isso :)
Em qualquer momento da nossa vida, todos nós já tivemos o coração partido.
O que podemos dizer sobre isso? Que é duro, angustiante, falando mesmo em bom português, é uma grande merda.
Serão dias ou meses tramados e todos os conselhos do mundo de nada valerão, porque ninguém tem o poder de tirar a dor do outro, ninguém consegue tirar o aperto no peito que teima em não desaparecer, ou as minhocas na cabeça que quase se atropelam.
Uns dias sentimos raiva, outros tristeza, alguns apenas desilusão.
Umas noites conseguimos adormecer mais rápido, mas acordámos durante a noite e não há forma do sono voltar, outras noites simplesmente não conseguimos dormir e olhar o tecto é o único consolo.
As amigas vão dizer que ele não te merece, que ele não é a tua pessoa, que quem perde é ele e que o tempo cura tudo. Muitas vezes têm razão.
Tu vais precisar das tuas amigas, para falar e desabafar vezes sem conta, mas elas não conseguem entender tudo aquilo que dizes e muitas vezes vais querer que elas se esforcem mais para entender aquilo que não dizes.
Ele será a primeira pessoa em quem pensas quando acordas ou a última antes de adormecer.
Tentarás arranjar respostas, tentarás encontrar justificações, mas por mais que te esforces nunca as vais encontrar.
As redes sociais serão um tormento durante os primeiros meses.
Até ao dia em que percebes que passa, que tudo passa.
Até ao dia em que percebes que estás a conseguir colar o teu pequeno coração.
Até ao dia em que percebes que te tornaste numa pessoa completamente diferente e que isso é tão bom.
Até ao dia em que percebes que cresceste, que amadureceste e que o tempo nuca curará tudo, mas é sem dúvida o teu maior aliado.
Até ao dia em que entendes que ele já não se encaixa na tua vida e sabes porquê? Porque ele quis sair e a tua vida continuou, porque de facto, mesmo quando nós temos o coração partido, a vida não pára.
Os únicos conselhos que posso dar resumem-se a pedir para que faças tudo aquilo que tiveres vontade.
Esta é a tua vida, só tu sabes como vivê-la.
Confia apenas em algumas pessoas, porque só algumas te querem bem e acredita que esta será uma fase em que saberás quem são.
Acredita que é possível recomeçar, acredita que podes ser feliz sozinha e um dia, quem sabe, voltar amar.
Mas agora já não és aquela menina ingénua, que acreditará em príncipes encantados e em histórias de amor eterno.
Agora terás os pés bem assentes no chão e só voltarás a entregar o teu coração a quem te arrebate, te corte a respiração e te faça sentir que amar é ser feliz, que amar é querer estar, amar é partilhar, amar é construir e amar nunca, mas nunca, poderá significar dor.
Será uma fase morosa, em que parecerás ainda mais bipolar. Será uma fase sem data de término, porque num dia até parece estar tudo bem e no seguinte já não sentes a mesma coisa.
Mas acredita que o melhor que podes fazer por ti mesma é: seguir em frente.
A todas que se encontram nesta luta: um beijinho do tamanho do mundo, estamos juntas!